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No mundo

outubro 01, 2010

Para quem precisa esquecer um amor...


É como arrancar-te a alma, apatia constante
pelo menos hoje, é como perder-se
em labirintos de suas próprias ilusões fornecidas
em meio a quimeras e utopias sentimentais

Alimentar esse parasitismo pode ser fatal
ele te consome, te seca por dentro,
te faz repensar seus próprios valores
se és mesmo tão bom assim como pensas, ou tão poderoso...

Mas posto que não creio em inesquecível amor,
só não se esqueça do seu próprio
amor próprio de quem quer amar em dueto
não monólogo ou solo

Não amores inesquecíveis
mas amores bem lembrados e comparáveis
nesses sim acredito
E preponderante é ter suas técnicas
malabarismos sustentáveis de si mesmo

Catálogo de palavras que não tenha dito
ou atitudes que não tenha tomado-
que esse cardápio não mais te oriente
ao contrário, desconcentra-te dele

Não se isole, mas também não use ninguém
não faça seus admiradores de muletas
não se flagele em erros e máscaras
em isolar-se e beber músicas decadentes
ou lacrimar copiosamente...

E sendo assim erga-te e viva!
um dia de cada vez
Haverá dia bom, dia mal,
dia de saudade
dia de nó na garganta
dia de luta, de luto
dia de paz, de vendavais
vindouros e dias...
mais dias...
e dias mais ou menos...

Até chegar o dia
em que uma nova aurora
ressurgirá e verás
Como tudo ficou mais belo
mais pleno e ameno
O autor de seu desencanto não mais
te trará olhos angustiosos
agora verá olhos fortes
de homem ou mulher que amou
sofreu, viveu, percorreu
e até morreu...
em sentimentos genuínos e vitais
mas que não pereceu
ao contrário
prosseguiu e venceu!!

Então vença!

2 comentários:

  1. Amiga, Elayne, li e reli o teu poema dando o máximo de atenção ao que dizes, nele.
    O que eu acho é que a vida das pessoas desenvolve-se paralelamente umas às outras e no percurso de cada uma surgem experiências de vida, ou vivências, que são sentidas de um modo diferente, por cada uma delas. Então as pessoas acabam por se classificar e enquadrar-se num leque de tipos de maneiras de ser. É quando dizem: -Eu sou uma pessoa...
    No que se refere ao tema tratado no teu poema, este leque vai desde: eu sou uma pessoa fria, a, eu sou uma pessoa romântica.
    Em cada dia podem abrir-se caminhos à frente de cada indivíduo, caminhos, esses, que se cruzam com o caminho de outros indivíduos.
    Tu és uma pessoa romântica assumida. Conheces o verdadeiro valor da vivência do amor, na sua verdadeira dimensão, porque, ou já o vivenciaste algum dia, ou tens a capacidade de tal imaginar.
    Pela leitura do teu poema, eu sou levado a acreditar que o teu caminho nunca se cruzou com o de uma pessoa tão romântica quanto tu o és, pois quando isso acontece, o amor potencializa-se de tal forma, que fica bem patente a possibilidade de esse amor se prolongar por a eternidade, sendo a eternidade, aqui, apenas o resto da vida de ambos, mesmo que seja o mais provável, que um viva para além do terminus da vida do outro. Casos como este existem aos milhares, pelo mundo fora.
    Quantos casos já aconteceram, realmente, em que morrendo um membro de um casal, o outro a partir daí definha e morre, Elayne?
    Isto contradiz a afirmação de que ninguém morre por amor, amiga. Morre-se por amor, sim! Não se morre, é por paixão, a menos que essa morte seja de algum modo provocada.
    Mais se poderia dizer sobre isto, mas eu já me me estendi, muito, para além do que pretendia, ou seria razoável fazê-lo, quando me propus comentar o teu poema e peço desculpa, por isso, até porque esta é apenas a minha maneira de ver este aspecto da vida, que tenho absoluta consciência de ser diferente do da esmagadora maioria das pessoas.
    Como deves calcular, por a assiduidade com que frequento este teu blogue, gosto muito de ler-te e levo sempre, comigo, qualquer coisa daqui, o que é muito gratificante e te agradeço.
    Um beijinho,
    Albano

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  2. Poxa, Albano, que prazer em te ler! É, esse leque procede mesmo..vc é um conhecedor de almas, mas a miha caixinha de Pandora náo abro de vez, a deixo entreaberta...rsrsrs

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