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No mundo

agosto 23, 2011

Saudade Insana


"Sabatinar teu coração,
pronto a me amar
Ciceronear tua paixão,
de encontro a mim, que urge em desfrutar

E em sofreguidão seguir teus declames
E somente aceitar,
posto que o que me ensinas é me entregar...

E acalentar todo o furor da voz altiva,
que domada por ti
Anseia novamente em conduzir,
mas em vão consegue persuadir
o que de fato o coração
Não consegue resistir..."

Frase insana ll


" E quando a saudade chegar sem avisar,
O que fazer de mim,
se meu corpo se acostumou a ti?
Como fazê-la ir embora, se
ela também sabe ser pontual
e custa a sair do coração?
Essa saudade é muito mal educada, isso sim!"

agosto 21, 2011

Como louca


Como louca que sou

Penso que não seja eu

quem fala,

ainda que em sã consciência

Porque sou mulher

vulnerável, volúvel

Inconstante, má,

pouco saudável, só em mim...

E as minhas verdades,

deixe-as para mim

que as delimito e por vezes julgo,

o que num todo apenas eu sei

o que de fato é fiel...

Sou estranha, sou céu

um pouco de mel

e fel

sou ciclo espontâneo

rota variada

louca desvairada

sou eu assim

em mim mesma

sem eira nem beira

Quem quiser que queira

entender-me

aceitar-me

ser-me ...

E assim

em meio à cataclismas

de mim mesma

E no pouco que me entendo

Só eu sei

o quanto sofro

por querer ser

quem jamais fui...

agosto 17, 2011

Conjecturas




O que seria hoje sofrer por alguém?
Para quem são as lágrimas?
Para o outro em questão
Ou para o nosso ego afligido pelo confronto
das verdades ditas e ouvidas?

Os sorrisos e deleites são para quê?
Para a carne que anseia pelo toque e desfrute
Ou para o coração que urge não só pelo corpo,
mas principalmente pelo aconchego e bem querer
desse mesmo alguém?

E para que servem as palavras?
Para serem deturpadas, posto que mil
significados as mesmas detém?
Para serem mal ditas ou pouco ditas,
como se faz de praxe?
Ou para tocar o coração e adoçar
os ouvidos de quem se gosta e preza?

E porque muitas vezes fazemos tudo ao contrário?
Mas ainda assim não aprendemos
Ou talvez esperamos que todos nos entendam
ou quem sabe aceitem-nos como somos:
Insensatos e egoístas, não tão nobres assim...

E é duro saber que as palavras são
como paralelos e paradoxos.

Juntas percorrem o desenvolver de um raciocínio,
mas nem sempre dão certo;
E separadas nem sempre se atraem
mas quando menos imaginamos,
Elas se completam...


agosto 14, 2011

Ela viu um anjo...




Só se sabe isso...

Que numa noite bonita, as estrelas quase se desprendiam do firmamento e a lua impestuosa invadia seu quarto e a focava, inerte e em êxtase,deitada em sua cama, como se aquela visão e luminosidade fossem um bálsamo aconchegante e envolvente que ela mesma já não conseguia decifrar ou expressar quão lindo presente acabara de receber do seu anjo...

Só se sabe isso...

Que num misto de penumbra e silêncio, a moça se concentrava em seus próprios devaneios e telepaticamente criava pontes de diálogos com ele que minutos depois desceria fluorescente e alvo, deslumbrante e magistral e entoaria a canção mais linda que ela jamais ouvira antes em toda a sua vida...

Só se sabe isso...

Que poucas vezes em sua vida ela perdeu o chão e tangenciou sua trilha e naquele momento em que ela encontrava-se absolutamente desamparada e reclusa, a presença daquele ser foi uma espécie de alento, resplendor e ternura e ela consegue lembrar exatamente o momento em que ela fechou seus olhos, uma lágrima quente percorreu-lhe a face, o choro contido aplacou o seu peito e ela adormeceu...


" Então ele deixou a harpa e o violino
Seu semblante não era de menino
As asas eram plumas, seu brilho ofuscava
As mãos robustas, sua aura embriagava
Ser majestoso,com o rosto velado
Sua silhueta viril, posto que era másculo...

Soprou-me a face, senti-me presa
Falou-me sem pressa, paz inebriante
Perfume amadeirado, sorriso brilhante
Cabelos longos, negros ao vento
Uma espécie de zelo, magia e tormento...

Agora conseguia vê-lo
Mas não alcançá-lo
Também não conseguia detê-lo
O som nobre era entoado
Uma música suave,
que eu tentava descobrir
E que me fazia dormir
e ao mesmo tempo sentir...

Uma sinfonia envolvente, ausente
De toda malícia e concuspiscência
Presente...
Em meu sonho, psiqué
Talvez subconsciente
Muito eloquente...

Que dispensava explicação
Mas em minha obstinação
De descobrir quem era o anjo
Foi então...!
Que acordei do sono velado
Por anjo e por ele guardado
Senti-me vazia, quarto gelado

A lua já não incandescia
E meu anjo não mais cantava
Tal música jamais ouvira
E em meu peito ainda guardava
A doce sensação,
o fulgor da visão
E o resquício do som
que busquei em vão..."