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No mundo

setembro 08, 2012

Platônico amor



Não é poesia
Não se encaixa em declaração
É constatação
Um amor assim
Meio amigo, de homem e mulher
Cúmplices, diferentes, ausentes de nós
Amo-te como sempre soube
Queria você em minha vida
Em meu cotidiano
Em meu corpo
Em mim...
À cada dia que passa, cada escrita, cada sorriso em tela
Meu companheiro, platônico , doce e jovem amor
Que não vê, mas sente, vibra, chora, conhece, brinca, sorri...
Entende, lamenta, admira, torce, esquenta, disfarça,
Sequer está aqui...

Meu conselheiro, meu anjo, meu vértice.
Tudo isso é você  para mim.
Inacreditável confissão:
Nunca nos vimos, jamais nos tocamos
Meu amor de tempos modernos,
Onde se vive o sentimento, não a carne...

Desejo-te como a lua anseia
Em banhar-nos com sua luz intrépida...
Almejo como o sol vislumbra
Em esquentar-nos a face e tudo...

Queria assim, um dia inteiro com você
Um afago, um colo, um carinho e olhares
Talvez seja tarde!
Ou quem sabe o momento preciso,
Precioso e maduro,
Já que estamos sós, em nós...

Teus versos, teus ditos, frases, pensamentos, escritos, juramentos
Sentimentos...
Meu sopro juvenil, meu alicerce, tudo isso sim para mim...
Tantos nomes e codinomes, tantos poemas, missivas eletrônicas
Tantos exercícios de desapego para nos devencilhar
do nosso próprio medo...Amar!

Quantas vezes eu ri e chorei, por muitos dias nem sequer te notei
E você, em meio a uma vida inteira só tua, poucas vezes me iludiu
Sempre reto, preciso e cordialmente charmoso e delicado..
Dedicado, verossímel, infantil às vezes e menos que eu..

Ninguém nos conhece, só nós sabemos de tudo...
Meu Chacal, Meu Dorso Negro, meu menino-Anjo, me bandido, meu amor
Meu amigo...de Mil Anos...

Para F. Mili



Não se afobe, não/que nada é pra já/O amor não tem pressa/ele pode esperar em silêncio/num fundo de armário/na posta-restante/Milênios, milênios/no ar/E quem sabe, então/O Rio será/alguma cidade submersa?/Os escafandristas virão/explorar sua casa/seu quarto, suas coisas/sua alma, desvãos/Sábios em vão/tentarão decifrar/o eco de antigas palavras/fragmentos de cartas, poemas/mentiras, retratos/vestígios de estranha civilização/Não se afobe, não/Que nada é pra já/Amores serão sempre amáveis/Futuros amantes, quiçá/Se amarão sem saber/Com o amor que eu um dia/Deixei pra você. 

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