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No mundo

julho 19, 2012

Dialogando com Clarice Lispector




Não me canso de lê-la, admirá-la, entendê-la, viver Clarice. Impressionante como tudo o que ela escreveu em alguma parte me identifico. Quando eu era adolescente, já ouvia falar de Clarice, mas sempre como uma escritora infantil e quando dei por mim em tentar desvendá-la, descobri um mundo novo e tão comum ao mesmo tempo...! A diferença é que ela tentou, mesmo que inconsciente em saber que seria uma das escritoras mais lidas e admiradas do mundo, ela tentou ser ela mesma, exteriorizar toda essa nossa dramática entre ser e viver, amor e egoísmo, auto conhecimento...Acho que é porque no fundo sabemos que todos nós usamos máscaras, mesmo que sejam aquelas simplesinhas, de bailes de carnaval..rsrssrsr
Morreu cedo, aos 56 anos, de câncer. E aí eu paro e me pergunto: Poxa, será que o câncer veio disso? De tantos questionamentos, talvez infelicidade? Ela parecia ser uma mulher de olhar triste, muito incompreendida...
Sabe, quem sou eu para fazer comparações, mas eu a entendo...Às vezes temos tudo para sermos felizes: filhos, saúde, marido, amigos..Mas não sei, é um vazio aqui dentro, um grito abafado que insiste em se alojar no peito...
Já tentei buscar a cura pra esse "vazio" de tantas formas...Homens, religião, trabalho, máscaras...
Sinto que morrerei sentindo isso e sinto também que na verdade todos temos, mas no geral nos acostumamos com isso e essa condição se ameniza de acordo com certas felicidades que vamos tendo e encontrando no meio do caminho. Não chega a ser angústia, não é tristeza de todo, talvez uma incompreensão generalizada dos porquês: Por que estou aqui? Por que tem q ser assim? Por que, por que, por que...
Quando na verdade bastava eu viver e fazer como todos (ou quase) fazem...(Elayne Aguiar)


Se eu tivesse que escolher ser um outro alguém um dia, eu escolheria ser Clarice...Amo suas frases, amo seus pensamentos, suas loucuras, seu jeito meio sensual de ser misteriosa, seu nome, seu sotaque, amo Clarice...(Elayne Aguiar)


Alguns links e sites para quem deseja conhecer um pouquinho mais de Clarice Lispector: http://www.releituras.com/clispector_bio.asp

http://www.diversificando.kit.net/postclarice.htm







... Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso.
(Clarice Lispector)





Romances:


Perto do Coração Selvagem (1943);
 O Lustre (1946)
 A Cidade Sitiada (1949)
 A Maçã no Escuro (1961)
 A Paixão segundo G.H. (1964)
 Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres (1969)
 Água Viva (1973)
  Um Sopro de Vida - Pulsações (1978)

Novela:
A hora da estrela (1977)

Contos:
Alguns contos (1952)
 Laços de família (1960)
 A legião estrangeira (1964)
 Felicidade clandestina (1971)
 A imitação da rosa (1973)
 A via crucis do corpo (1974)
 Onde estivestes de noite? (1974)
 A bela e a fera (1979)

Correspondência:
 Cartas perto do coração (2001) - Organização de Fernando Sabino
 Correspondência - Clarice Lispector (2002) - Organização de Teresa Cristina M. Ferreira

Crônicas:

Visão do esplendor - Impressões leves  (1975)
Para não esquecer (1978) - contos inicialmente publicados em Laços de família.
A descoberta do mundo (1984)


Entrevistas:
De corpo inteiro (1975)

Literatura  infantil:
O mistério do coelho pensante (1967) - Escrito em inglês e traduzido por Clarice
A mulher que matou os peixes (1968)
 A vida íntima de Laura (1974)
 Quase de verdade (1978)
 Como nasceram as estrelas (1987)

Eu e ela


Sua última entrevista: Hermética? Incompreendida? Confusa? Carente? Apenas  Diva...

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