Não me canso de lê-la, admirá-la, entendê-la, viver Clarice. Impressionante como tudo o que ela escreveu em alguma parte me identifico. Quando eu era adolescente, já ouvia falar de Clarice, mas sempre como uma escritora infantil e quando dei por mim em tentar desvendá-la, descobri um mundo novo e tão comum ao mesmo tempo...! A diferença é que ela tentou, mesmo que inconsciente em saber que seria uma das escritoras mais lidas e admiradas do mundo, ela tentou ser ela mesma, exteriorizar toda essa nossa dramática entre ser e viver, amor e egoísmo, auto conhecimento...Acho que é porque no fundo sabemos que todos nós usamos máscaras, mesmo que sejam aquelas simplesinhas, de bailes de carnaval..rsrssrsr
Morreu cedo, aos 56 anos, de câncer. E aí eu paro e me pergunto: Poxa, será que o câncer veio disso? De tantos questionamentos, talvez infelicidade? Ela parecia ser uma mulher de olhar triste, muito incompreendida...
Sabe, quem sou eu para fazer comparações, mas eu a entendo...Às vezes temos tudo para sermos felizes: filhos, saúde, marido, amigos..Mas não sei, é um vazio aqui dentro, um grito abafado que insiste em se alojar no peito...
Já tentei buscar a cura pra esse "vazio" de tantas formas...Homens, religião, trabalho, máscaras...
Sinto que morrerei sentindo isso e sinto também que na verdade todos temos, mas no geral nos acostumamos com isso e essa condição se ameniza de acordo com certas felicidades que vamos tendo e encontrando no meio do caminho. Não chega a ser angústia, não é tristeza de todo, talvez uma incompreensão generalizada dos porquês: Por que estou aqui? Por que tem q ser assim? Por que, por que, por que...
Quando na verdade bastava eu viver e fazer como todos (ou quase) fazem...(Elayne Aguiar)

Alguns links e sites para quem deseja conhecer um pouquinho mais de Clarice Lispector: http://www.releituras.com/clispector_bio.asp
http://www.diversificando.kit.net/postclarice.htm
... Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso.
(Clarice Lispector)
(Clarice Lispector)
Romances:
Perto do Coração Selvagem (1943);
O Lustre (1946)
A Cidade Sitiada (1949)
A Maçã no Escuro (1961)
A Paixão segundo G.H. (1964)
Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres (1969)
Água Viva (1973)
Um Sopro de Vida - Pulsações (1978)
Novela:
A hora da estrela (1977)
Contos:
Alguns contos (1952)
Laços de família (1960)
A legião estrangeira (1964)
Felicidade clandestina (1971)
A imitação da rosa (1973)
A via crucis do corpo (1974)
Onde estivestes de noite? (1974)
A bela e a fera (1979)
Correspondência:
Cartas perto do coração (2001) - Organização de Fernando Sabino
Correspondência - Clarice Lispector (2002) - Organização de Teresa Cristina M. Ferreira
Crônicas:
Visão do esplendor - Impressões leves (1975)
Para não esquecer (1978) - contos inicialmente publicados em Laços de família.
A descoberta do mundo (1984)
Entrevistas:
De corpo inteiro (1975)
Literatura infantil:
O mistério do coelho pensante (1967) - Escrito em inglês e traduzido por Clarice
A mulher que matou os peixes (1968)
A vida íntima de Laura (1974)
Quase de verdade (1978)
Como nasceram as estrelas (1987)
Eu e ela
Sua última entrevista: Hermética? Incompreendida? Confusa? Carente? Apenas Diva...
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