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No mundo

março 20, 2014

Carta de Clara





Hoje existe apenas a muralha cinza do impossível
Não adiantou nossa ingênua crença na imutabilidade do destino...
Quando tudo nos separa,
Quando o sopro da realidade apagou em nós a enternecida chama do sonho
E não mais somos, senão trêmulas sombras de um amor que viveu intensamente,
Chegas até mim, de repente
Trazido inconsciente,
pela sugestão da música queixosa de Perfídia...!
Bem mais que minha sensibilidade ferida, meu pensamento comovido e sereno,
Vibração de quem não poderá, jamais, odiar-te,
Acompanhando a mágoa, irmã desse bolero,
tento subtrai-la do altar esmaecido do passado, para o palco iluminado do presente...
Só a música não mente!
Porque assim, sob a ação de seu completo domínio sobre mim,
Furando as distâncias e varrendo o próprio tempo,
A doce lembrança de quem foste, volve como irrecusável carícia...
Ressuscitas em mim, aquilo que eu desejava continuasse sepultado.
E quando a alma não resiste,
Toda ela se abandona, impotente, perdida, desarvorada,
À força oposta que a realidade tem...
E não adianta lutar
Porque usaste de perfídia comigo, e ao nosso  amor que eu não esqueço...


3 comentários:

  1. SERGIO NEVES - Tudo perfeito,...texto e música!,...e, claro, você -com essa sua enorme sensibilidade! / Carinhos.

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  2. SERGIO NEVES - ...ia ser por e-mail, mas, acho que aqui também vale: ...desejo que tenhas uma Doce e Feliz Páscoa!...muita saúde, paz, amor, harmonia,...

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