Voltando ao começo
A pausa findou
Brindou-me com um recomeço de amor
Paixão doentia, antes desprezada
Hoje redenta, de bem, sossegada
Paixão cara na cara, sem medo
Sem fingimento, nem segredo
Paixão que volta, sucumbe,
Abre a porta.
Da minha casa, me ama, na nossa cama, me engana
Aflige-me, me tira do sério
Volta como menino, sorriso doce
Ao mesmo tempo mistério..
Promessas compridas, mal cumpridas
De ser-me príncipe, me amar, coisas e tal
Versos ácidos, palavras não ditas
Mas fica escrito
O que já foi lido e sentido
E jamais prometido
Sem sentido que fica no absurdo,
Nas entrelinhas do nosso pequeno mundo...
Onde me afundo
No seu perdão que eu já esqueci
E por assim dizer me faz voltar a ser morta
De fome, desejo, lampejo
Rota viciosa, agora meio diferente
Com sabor nonsense..
E no fundo romântica
Porque sei das nossas risadas
Nossa caminhada
Jogo aberto, cartas na mesa
Meu macho, meu homem, outro igual não teve
Minha ilusão real, momentâneo, letal
Dito na lata, de fato
Secretamente descarado, meu fardo
E no qual só eu tenho o dom
De ver-te a doçura
Em milésimo de segundo uma jura
De amor, o toque na pele, carinho, afago
Beijo delicado, com respeito, olhar aplainado
Em mim, em tudo que sabes de mim
Nua e crua, tua
Em tudo que pensas sim!
Que respiro fantasia, vivo no mundo de Alice
Foi o que me disse,
E mesmo assim sobrevive?
Aos meus caprichos, insiste
Aos meus nãos, não desiste
Ao que conto do que vivi, não liga, esse menino é triste...
Meu obtuso, ocluso
Meu breve, sem brevê para voo
Meu branquinho, que brinca de ser vento forte
E eu, brisa leve, sem sossego, sem cardeal
Sem norte, desnorteada
Pouco aprumada
Nesse amor bandido, confuso
Frio, seco, de inverno, tempestade
Torrentes, corrente, elo de fuga
Da minha candura
Que ficou na estrada, dilacerada
Sem esperança, nula...
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