Ato 1
Meu amor voltou!
Rendi-me ao nosso idílio
após período de exílio
Tomou posse de mim...
Meu amor voltou!
Trouxe sorrisos de volta
trouxe rosas, abriu-me a porta
Escreveu-me cartas
novamente do seu coração
Escreveu em mim
sem medo ou prisão...
Meu amor voltou!
Voltou-me no reduto da nossa paixão
Seus versos com devoção
esses sim, de coração...
Tocou-me o corpo, chorou
Meu amor voltou...!
Entregou-me o luto de outrora
Entregou-me beijos sem demora
Fez-me amor
E o sorriso nos brindou
Com o futuro de antes,
que era prematuro,
mas agora vindouro, bemvindo
Logradouro das nossas fantasias,
abençoadas, de aprazia...
Ato2
Se soubesse o quanto me afoguei
em lágrimas
pensamentos
pensando na morte dos nossos duetos
Nos abraços que não me encontrei
e braços que dispensei
E por tentar te esquecer
absorver a realidade nua e crua
aquela que nos rondava e não nos vangloriava
Se soubesse o quanto hesitei
em ser-te ciumenta, audaciosa
totalmente às avessas,
considerando e respeitando obviedades permanentes...
Se soubesse...
O quanto pensava em ti
Que de mal de inspiração sofri
Porque poeta precisa sofrer para relembrar e reviver
Seus dilemas, dores de amores
noites afora
ansiando pela carne colada
beijo arraigado
amor apressado , nus sem demora...
O preço do prazer, prorrogado e vivido
mais que sentido,
mas também infringido...
Nosso ápice de prazer,
que como dizes tesuda, fogosa
Loucura que me faz chorar
balbuciar e declarar
toda a força desta paixão
que se de outras vidas sei não...
O membro que invade,delicia-se em minhas vagas
e entre toques, horas e músicas
mil sensações na mente
No coração a paz se aconchega
o clímax chega
e escalo em ti, como cumes de altos montes
Desfaço tua virgindade em ser homem comum
Apresento novidades de amor
és a mim somente um...
É assim nosso amor
displicente, indecente e fiel
como nunca a ti antes
e antes meses do que anos ausente
de fulgor de amor, vivia vida carente
Tão fácil te amar...
Sempre
sempre sempre...
Ato 3
E assim me assiste
a garota da capa não mais existe
Não me importo com o que vejo
porque sei que é triste
o quanto não vives...
está entre aparência, piedade, deságue..
está intermitente, ora presente
maioria ausente
do que é real pra você porém persistente
Egoísmo que luta com o senso responsável
autoafirmação pra mostrar que está tudo bem, zen
mas não está, então vem...
Porque quando chega a mim, é como por osmose
E delicadamente me ama
com aquele furor do último dia de antes
parecia despedida triunfal
com gosto de final
que nos levou ao céu
e depois nos deixou ao léo...
com nossos códigos de amor,
etapas de fim
incompreensíveis ao mundo
mas claro a nós
Como gosto de morango ou chocolate
música suave
beijos tenros
e que do fim se ausentou,
porque não suportou...
Ato 4
E não é físico e sexual
somente essa coisa banal
é mais que tudo, é alegria
é falar todo dia
mandar-me músicas, ser-me guia
ser-me homem adjunto
carinhoso, conjunto
de extremo zelo, paixão
ciúme, emoção
é chorar ao ler um email
é inspirar-se ao sentir o devaneio
é regar, cativar, bem tratar
como flor e talvez tenha que repor
tudo isso que sente por mim
talvez precise sucumbir
à outra rotina para poder insistir
no que é lícito a ti e a todos, precisas tu substituir...
Precisa se enganar
para viver conto de fadas
fingir que superou
mas sei que está latente
porque é amor...
para sempre
consentes
o sentimento
que secretamente
finges que já se foi e está ausente..
Infelizmente é esse amor...
O amor que precisa escolher
precisa se render ou deter-se
De ser amor de verdade
ou falsa realidade
...
Esse doce toque de lábios
que ainda ontem me cativou
e minha doçura que pulsou
esperneou
gritou
pensou que não foi suficiente
mas o amor de verdade não vai embora
ele volta contente
sapiente
do que independente
de regras e egoísmo
é um ao outro que se querem
se esperam
e vivem
agora declarados
apaixonados
e deliberadamente assumidos...
(pelo menos para si mesmos)
ILY4