Dia sujo
Naquele instante eu ainda tinha amor...
Eu conseguia senti-lo e vislumbrar
Em ti e em nós, uma aura extasiante e esperançosa
De algo que sobreviria àquela paixão de criança
Onde apenas teus olhos fixavam os meus
E entre um bom dia ou como vai eu me distanciava dele
E tantos e quantos momentos tiveram que anteceder
O que eu nem mesma sabia no que isso se transformaria
Uma alquimia de vivência e secretos sofrimentos
Apenas pertinentes à nós...
Mas que ao enlaçar de nossos destinos
Essa experiência de transformar pedras em ouro
Só fora evidenciada e sonhada por mim
E eu nem acreditava tanto,
mas você me fez crer que poderíamos
Ainda lembro do teu beijo doce e teu carinho
Em me proteger e me ver como mulher sua
Em teus toques e gentilezas, palavras
Promessas, desejo, eternidade, cumplicidade
Ainda lembro daquele seu último carinho em meus cabelos
E quando eu sentei em seu colo,segura e confiante, totalmente entregue
Eu me levantei e parti...
E não me pergunte mais porquê
Os porquês são como facas afiadas
Eles exigem respostas que muitas vezes machucam
Ferem o peito e o atravessam o coração...
Não pergunte por quê a quem nem mesmo sabe
O que significa tal palavra, mas que teve respostas
Infiéis e dignas de arrependimento
Porque não soube esperar e apenas apreciar aquele doce momento
Em que você afagava seus cabelos...
E você chorou...
(Elayne Aguiar, nov 2011)