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No mundo

dezembro 05, 2012

Depois te amo mais






...O senso estava alterado, não o critiquei. Poderia até pensar que seria uma noite engraçada ou quem sabe ele deitaria na cama e dormiria um sono profundo e justo. Assim a noite começou, entre brincadeiras e sorrisos e a avidez de suas palavras e gestos, que entre surpresa e desconfiança, tal como observadora atenta ao seu declame, apenas obedeci e olhei ao fundo. Um espelho e ele perfeito... Em pé, nu e narrando-me como um drama grego. Foi quando ele me tocou o rosto,  sentou-me no sofá e sorriu...

“...E ficou por ali, ébrio e nu
Despido de si mesmo
Tendo o espelho como testemunha
Não ensaiou textos
Tampouco sentimentos
Também não foi por um momento, ao contrário
Eternizou-se...
Como a maior declaração de todos os tempos...

E conversando comigo,
Falava consigo mesmo
Como um deságue de rios de palavras,
Leitos e frases jamais ouvidas por mim
E por ele mencionadas...

A cena era de cinema.
Nu, com jeito de menino
Oratória   como música
Que tocava em meus ouvidos
E ao meu olhar revelava
O que ao meu coração embevecia
Porque a  doçura do momento
Era como oração, enobrecia...

Meus lábios emudeceram
Minha atenção redobrou
Seu jeito doce e sincero me emocionou
Porque ele me desvelou
De maneira racional e viril
Seu jeito másculo me enfeitiçou
Tocou-me o sexo com vigor
Exigiu-me dor e calor
Domínio de poder, jogo de amor



Foi como um cataclisma,
Prisma
Da conquista ou qualquer coisa assim
Um golpe de mestre, xeque-mate da paixão
Que do inesperado tornou-se febril
Pois que me surpreendeu seu jeito vivo, pueril
Agora livre da  frieza que a mim  pareceu
Que  não gostava de mim, apenas do meu corpo,
Que já era seu...


Sua alma latente de novas frases, beijos e amor
Não pela metade, até o torpor...
O controle do meu corpo era dele
E eu, como flor
Escancarada de beleza, doçura e resplendor
De sentir-me amada sem medo, incerteza e agonia
Agora segurança, paz, alegria...


Por momentos e horas, deixamos o tempo lá fora
As pessoas, o mundo, apenas o agora
Conjectura, pacto, contrato...
O realismo voltando,
Seria a bebida se dissipando?
O cansaço chegando...
E nas entrelinhas da  noite inesperada
Nenhuma pergunta se destacava


E selamos a parceria
Na mais alta madrugada
Ele era dele mesmo
Dono se sua razão
E ficou combinado
Que eu seria seu coração
Prometida pra poesia
E viver essa paixão, união
Agora até o fim,
Compreendida e decidida
Independente de tempo e espaço, mas sempre sim..

E não saberia dizer qual seria este fim..
Se do amor, do tempo ou do querer
Mas esta certeza de amar
Trouxe-me novo fôlego, calor diferente
E uma eternidade que independe
De se estar junto e inteiro
Mas jamais  pela metade,
Porque na verdade
De que adianta   estar junto e sentir-se meio,
Quando é no meio do caos da distância que você se reconhece em alguém como todo?"





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