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No mundo

agosto 14, 2011

Ela viu um anjo...




Só se sabe isso...

Que numa noite bonita, as estrelas quase se desprendiam do firmamento e a lua impestuosa invadia seu quarto e a focava, inerte e em êxtase,deitada em sua cama, como se aquela visão e luminosidade fossem um bálsamo aconchegante e envolvente que ela mesma já não conseguia decifrar ou expressar quão lindo presente acabara de receber do seu anjo...

Só se sabe isso...

Que num misto de penumbra e silêncio, a moça se concentrava em seus próprios devaneios e telepaticamente criava pontes de diálogos com ele que minutos depois desceria fluorescente e alvo, deslumbrante e magistral e entoaria a canção mais linda que ela jamais ouvira antes em toda a sua vida...

Só se sabe isso...

Que poucas vezes em sua vida ela perdeu o chão e tangenciou sua trilha e naquele momento em que ela encontrava-se absolutamente desamparada e reclusa, a presença daquele ser foi uma espécie de alento, resplendor e ternura e ela consegue lembrar exatamente o momento em que ela fechou seus olhos, uma lágrima quente percorreu-lhe a face, o choro contido aplacou o seu peito e ela adormeceu...


" Então ele deixou a harpa e o violino
Seu semblante não era de menino
As asas eram plumas, seu brilho ofuscava
As mãos robustas, sua aura embriagava
Ser majestoso,com o rosto velado
Sua silhueta viril, posto que era másculo...

Soprou-me a face, senti-me presa
Falou-me sem pressa, paz inebriante
Perfume amadeirado, sorriso brilhante
Cabelos longos, negros ao vento
Uma espécie de zelo, magia e tormento...

Agora conseguia vê-lo
Mas não alcançá-lo
Também não conseguia detê-lo
O som nobre era entoado
Uma música suave,
que eu tentava descobrir
E que me fazia dormir
e ao mesmo tempo sentir...

Uma sinfonia envolvente, ausente
De toda malícia e concuspiscência
Presente...
Em meu sonho, psiqué
Talvez subconsciente
Muito eloquente...

Que dispensava explicação
Mas em minha obstinação
De descobrir quem era o anjo
Foi então...!
Que acordei do sono velado
Por anjo e por ele guardado
Senti-me vazia, quarto gelado

A lua já não incandescia
E meu anjo não mais cantava
Tal música jamais ouvira
E em meu peito ainda guardava
A doce sensação,
o fulgor da visão
E o resquício do som
que busquei em vão..."


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