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No mundo

março 20, 2014

Perfídia






Renasce das próprias cinzas, o amor que a perfídia extinguiu, mas não de todo.
Saltam como por encanto, de meu romantismo desperto e meu papel lilás, teus mansos olhos de criança, 
Tuas mãos macias e breves, teu peito suave,
Aquela ternura concentrada...Teu ar brando e a estranha mornura do teu corpo.
Por isso tateio, presa inexorável da emoção que ora me penetra, tua figura agora imponderável ao meu sonho.
Meus olhos semi-cerram, desejosos de não mais se fecharem, senão pelo sortilégio da tua mágica figura...
Aflam de leve, inteligentemente buscando-te, as narinas que sempre te sentiram...O cheiro onde quer que tu  estivesses..E que ora novamente te pressentem, perfumado, no ar que sorvem...Meus lábios chegam a sentir, estimulante, o maravilhoso contato dos teus...
Meu coração, a tanto tempo parado, treme e aflito, no peito chega a queimar de saudade, esta que me domina...
E o corpo elástico, pois todo ele cede, trêmulo, ao frenesi do arranco gerado pela impossível aproximação do teu...
Um déjà vu de emoções...
Busco a mim mesma e não me encontro
Apenas a intensa volúpia do passado que me espreita e atormenta...

Carta de Clara





Hoje existe apenas a muralha cinza do impossível
Não adiantou nossa ingênua crença na imutabilidade do destino...
Quando tudo nos separa,
Quando o sopro da realidade apagou em nós a enternecida chama do sonho
E não mais somos, senão trêmulas sombras de um amor que viveu intensamente,
Chegas até mim, de repente
Trazido inconsciente,
pela sugestão da música queixosa de Perfídia...!
Bem mais que minha sensibilidade ferida, meu pensamento comovido e sereno,
Vibração de quem não poderá, jamais, odiar-te,
Acompanhando a mágoa, irmã desse bolero,
tento subtrai-la do altar esmaecido do passado, para o palco iluminado do presente...
Só a música não mente!
Porque assim, sob a ação de seu completo domínio sobre mim,
Furando as distâncias e varrendo o próprio tempo,
A doce lembrança de quem foste, volve como irrecusável carícia...
Ressuscitas em mim, aquilo que eu desejava continuasse sepultado.
E quando a alma não resiste,
Toda ela se abandona, impotente, perdida, desarvorada,
À força oposta que a realidade tem...
E não adianta lutar
Porque usaste de perfídia comigo, e ao nosso  amor que eu não esqueço...


março 17, 2014

Apatia



Amanhecer com uma força incrível..
Após sofrer contigo mesma..
Apenas por
Permanecer apática, digerindo dias
Maquinalmente fora do ócio,
Ansiosamente causando-te estranheza
Esta estagnação ambulante, que nada fere-te ou tira-te do lugar

Os desejos e sentimentos mais íntimos e abstratos
Agora não ecoam mais a ninguém, a não ser ao teu próprio coração,
Impulsionado ainda sim por uma melodia ou música que te tiram da real
Mas logo depois volta tudo como era antes, há dez minutos atrás
Uma miscelânea de compromissos que crescem mais que a emoção
Esta a qual não tu  não podes dar ao luxo de senti-la
Agora mais que nunca tudo normal
Como sempre foste...
Romanticamente dura,


 vaso de cristal.
O nosso amor se transformou em bom dia...♪
Qual o segredo da felicidade? Será preciso ficar só para se viver?? Qual o sentido da realidade?