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No mundo

julho 23, 2012

Doce diário...Doce presença das palavras


De repente me vi assim, sentada, esboçando, em meio à xícaras de café, às vezes vinho...
Como nessa foto, que me motivou a escrever ...
De repente me vi produzindo, me dedicando mais ao blog, de férias, respondendo emails, moderando, ponderando e me atracando com as palavras...
Sabe quando você tira um dia inteiro para  ser sincero consigo mesmo?
Louvar pela tua vida, gritar pros quatro cantos de quem você gosta, o que você tem verdadeira ojeriza, o que te traz calma...
A música que você gosta, a matéria que você quer cursar, as pessoas que você não quer mais na sua vida, o fluxograma do teu viver de agora em diante.
E deixa tudo de lado, não se importa com o que está passando no mundo, sequer porta afora do seu universo particular...
Para, não pensa muito, chora ao ler um verso, sorri ao olhar uma frase. Um misto de sentimentos que borbulham, palavras que saltitam, sentimentos que latejam, decisões que são tomadas. Custe o que custar, haja o que houver, elas nunca te abandonarão...
As palavras...
Porque palavras são muito mais que símbolos, mais que letras ou sílabas, são desejos.
Palavras são como dialetos do cérebro e do coração, que não podem falar, mas usam-nas.
Palavras tem o dom de magoar, de salvar, de ferir, de machucar a si mesmo
Ficam impregnadas, enclausuradas, se acaso não são de bom grado lê-las...
Palavras também mentem, acusam e sofrem...
Palavras, palavras, palavras
Assim como o silêncio, elas tem poder
Assim como o grito, as forças humanas e desumanas, o metafísico
Assim como a força que vem de dentro do teu peito pra dizer um Não, quando você quer driblar o tal do coração que insiste no sim.
Assim são as palavras...

julho 22, 2012

Um poema, uma história, uma declaração e um sonho

Hoje reli nossas missivas,
 reli nosso passado distante de vinte e poucos anos atrás,
 reli nossos emails, reli nossa angústia, revivi suas tantas e tantas histórias de amor,
 suas palavras no Castelo do Vinho sobre quem mais amou...(E não era eu...rs)

Hoje eu inventei diálogos entre nós, 
ensaiei frases e ditos, ensaiei beijos no espelho
pensei numa dança de amor, inspirada em tardes do sul e cariocas
onde  fazíamos questão que os espelhos nos vissem, 
assim como todos os móveis e cômodos da casa...

Hoje eu gritei pra todo mundo ouvir, te "enquadrei", como disseram
Empurrando-te para um vazio no mundo, uma felicidade infinita
ou uma veste eterna do seu velho jeans...

Não sei se esta é a declaração, o poema ou a história, mas o sonho sei que não é.

Hoje eu falo do que o tempo e a coragem fizeram para eu estar aqui digitando um novo capítulo da minha vida: CERTEZA

Certeza ao ficar cara a cara com a tela e ler-te, ver-te, ter-te, ser-te...e inerte...
Certeza em de repente tudo ficar  pequeno diante de coisas que antes eu achava tão absurdamente grandes: as minhas dúvidas, o meu auto controle em manter a posição defensiva, os meus medos, as minhas inseguranças...
Sinto certeza mais do que nunca do que quero, do que sinto e principalmente, do que não quero mais para mim...( Viver vetada de ti)
Não importa quantos "nãos" insistam em alargar a distância, estreitar as diferenças e jogar no abismo a esperança. Não importa o que outros tentem, em momento de desespero, vetar, privar, proibir, coagir, chantagear...Porque o que eu li e reli hoje...Ah!! Não dá pra imaginar que fosse ventania de paixão...O que eu reli com outros olhos e tato, tocando em tua escrita, sei que era amor...E sei que amor, muitas das vezes, fica ali, guardado pra sempre, triste, esperando o tempo passar, esperando a saudade parar de dilacerar...

Mas também que sei que muitos morreram sem amar, talvez sem serem felizes no amor, amarem menos do que são amados, amarem mais do que são ou se amarem reciprocamente.
Sei também que um universo de outras possibilidades e mudanças pode estar reservado  para aqueles que amam...
Como sei que o amor se transforma, muda ou quem sabe descobre-se que de fato era só uma "epifania" de delírios apaixonantes...
E de repente eu mesma me fiz um questionário de várias perguntas que antes com certeza minhas respostas seriam talvez!E me vi respondendo: sim, sim, sim, sim, sim, sim,sim...
Seria o amor um eterno SIM?
Porque se for então eu amo...
E isto não requer atitude nenhuma...
Requer apenas que você saiba. 
Esta é minha declaração...



"Esta é minha Revelação"...



Meu sonho

Sonho de mulher, de musa, de criança, seja o que for
é sempre sonho, um pedaço de realidade que a gente inventa
Sonho de vida, de amor, de ser apenas livre
Sonho de projetar o que a gente anda flertando
como flores, vento, poesia, amor ou ilusão...
Sonhar que está sonhando..
Quer realidade melhor que esta?
Imaginar-se ao lado do que sempre idealizou
e embora saibamos que não somos perfeitos
sermos certos um para o outro.
Sonhar que tudo não passou de um sonho ruim 
e que em certos momentos eu errei, você errou, 
erramos, mas isto não nos isenta
da presença de se ter sonhos!
Um sonho: ver-te
Dois sonhos: teu olhar, teu abraço
Uma realidade: teu desejo...
E quantas e quantas e quantas e quantas noites
sonhar que  vivemos...
Não o corpo, mas o poema...
E do sonho que foi quando se declarou a primeira vez!
Eu, meio menina, você homem feito...
Um sonho de amor...
Que ainda não se concretizou...


"Amor  que constrange
 amor nosso
 não requer explicações, nem paradoxos

Amor de estandarte, que se apresenta em vitrine
vive às custas de palavras,aleatórias e sublimes
e seus textos montados, que analiso, discorro e pauto
me conquistam três vezes por dia...E não me exausto!


É também um santo amor, santo e profano
profano no realizar, santo no sentir
"Mil antares pra te dar"-  verso especial que me inspirei em ti
Um amor para recordar e que nada tem de novo
as mesmas promessas e medos, os mesmos desconfortos
A mesma alegria em rever quando se conta os dias de chegar
as mesmas bocas que se encontram e o mesmo sussurrar...

Dimensão através da razão, que tomou vida e se propagou
do auge dos  quinze anos até nossos novos cotidianos
Uma valsa de debutante, uma antiga namorada e bicicleta na qual andava...
é isso que tinha de ti
Uma menina bonita e acanhada, sentada no portão de casa
e que logo cedo casara...
é isso que tinhas de mim.

E agora  vejo um sol
E estrelas e mar
a nos contemplar
filhos, casamentos e vidas
que se fizeram até nos encontrar
Não sei se é  muito para te dar
mas de uma coisa tenha certeza:
 é meu leve caminhar..."
09/08/10
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/2426933

Esta é a história...


'Nada que eu disse foi mentira... e como o tempo sempre foi meu aliado no que escrevo...
você jamais precisará ser perdoada por mim...
pois sempre soube do futuro que sempre nos espera...'

julho 19, 2012

Tão ácida


Tão ácida...
Como chuva na Índia
Como fruta cítrica
Como eu mesma...
Inundada de culpa, remorso
Enchente de situações
Confusão de sentidos
Silêncio desonesto, grito sofrido...

Entre o escuro da noite, logo durmo
Pego no sono, sonho contigo
Um frenesi de emoções,
Uma lágrima,  quero que caia...
Choro compulsivo,  quero que saia...
Mas  estou tão  ácida...
Como uva passada
Como sulfúrico
Como eu mesma...

Meu pensamento em ti
Vai só de quando acordo,
Até ao deitar-me
Vai só de quando durmo
Até eu sonhar
Vai só de quando eu como
Até vomitar...
E eu vomito você,
Porque eu tô muito ácida...

Como chuva
Como apatia
E sua insensibilidade...

Sem esperança


Hoje eu queria um dia morno
Uma canoa, dessas de filme
Um lago calmo, um amor ao meu lado
Penteada, vestido adornado
Leves ao vento fresco, brumas...
Algo que me desse esperança
Livrasse-me desse cotidiano honesto
Uma calmaria de outono, quem sabe
Um homem sem medos, sem remos
Que soubesse ver o mesmo que eu
Quisesse deitar e olhar para o céu
E durante a tarde ficar...
Sem se preocupar com as horas,
Sem me olhar e enxergar fogo,
Apenas brisa...
Flores, vento leve
Flertasse comigo, travestido de sinceridade
E esquecesse o que  necessito,
Mas alimentasse minha esperança...
Que bom se este homem fosse você,
Mas não é...
Que bom se eu fosse esta mulher,
Mas não sou...
E sonhos existem...
Dormindo ou acordados
Evisceram de nossas mentes,
Que bom se fôssemos essa epifania de cenas
Em mosaicos, peças pequenas

Já não me alegro com o futuro distante
Vivo o presente, pensando na estratégia
de ludibriar o passado
Que teima em me confrontar, me encostar na parede
Fazer-me pressentir o que de fato se tornará...
Meu amor é só, posto que tu te ausentas de mim sempre
Meu amor é impossível, mas nem sei se amor é...
Falo de amor porque escrevo em versos
E o que seria dos versos sem amor?
Porque o que sinto hoje por ti
É falta de esperança...
Em continuar, em ser-te tua quando queres...
Desesperança em ver-te e saber que daqui a algumas horas
serão momentos quase  fúnebres...
Nem de dor posso dizer,
Mas de falta de esperança...

Dialogando com Clarice Lispector




Não me canso de lê-la, admirá-la, entendê-la, viver Clarice. Impressionante como tudo o que ela escreveu em alguma parte me identifico. Quando eu era adolescente, já ouvia falar de Clarice, mas sempre como uma escritora infantil e quando dei por mim em tentar desvendá-la, descobri um mundo novo e tão comum ao mesmo tempo...! A diferença é que ela tentou, mesmo que inconsciente em saber que seria uma das escritoras mais lidas e admiradas do mundo, ela tentou ser ela mesma, exteriorizar toda essa nossa dramática entre ser e viver, amor e egoísmo, auto conhecimento...Acho que é porque no fundo sabemos que todos nós usamos máscaras, mesmo que sejam aquelas simplesinhas, de bailes de carnaval..rsrssrsr
Morreu cedo, aos 56 anos, de câncer. E aí eu paro e me pergunto: Poxa, será que o câncer veio disso? De tantos questionamentos, talvez infelicidade? Ela parecia ser uma mulher de olhar triste, muito incompreendida...
Sabe, quem sou eu para fazer comparações, mas eu a entendo...Às vezes temos tudo para sermos felizes: filhos, saúde, marido, amigos..Mas não sei, é um vazio aqui dentro, um grito abafado que insiste em se alojar no peito...
Já tentei buscar a cura pra esse "vazio" de tantas formas...Homens, religião, trabalho, máscaras...
Sinto que morrerei sentindo isso e sinto também que na verdade todos temos, mas no geral nos acostumamos com isso e essa condição se ameniza de acordo com certas felicidades que vamos tendo e encontrando no meio do caminho. Não chega a ser angústia, não é tristeza de todo, talvez uma incompreensão generalizada dos porquês: Por que estou aqui? Por que tem q ser assim? Por que, por que, por que...
Quando na verdade bastava eu viver e fazer como todos (ou quase) fazem...(Elayne Aguiar)


Se eu tivesse que escolher ser um outro alguém um dia, eu escolheria ser Clarice...Amo suas frases, amo seus pensamentos, suas loucuras, seu jeito meio sensual de ser misteriosa, seu nome, seu sotaque, amo Clarice...(Elayne Aguiar)


Alguns links e sites para quem deseja conhecer um pouquinho mais de Clarice Lispector: http://www.releituras.com/clispector_bio.asp

http://www.diversificando.kit.net/postclarice.htm







... Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso.
(Clarice Lispector)





Romances:


Perto do Coração Selvagem (1943);
 O Lustre (1946)
 A Cidade Sitiada (1949)
 A Maçã no Escuro (1961)
 A Paixão segundo G.H. (1964)
 Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres (1969)
 Água Viva (1973)
  Um Sopro de Vida - Pulsações (1978)

Novela:
A hora da estrela (1977)

Contos:
Alguns contos (1952)
 Laços de família (1960)
 A legião estrangeira (1964)
 Felicidade clandestina (1971)
 A imitação da rosa (1973)
 A via crucis do corpo (1974)
 Onde estivestes de noite? (1974)
 A bela e a fera (1979)

Correspondência:
 Cartas perto do coração (2001) - Organização de Fernando Sabino
 Correspondência - Clarice Lispector (2002) - Organização de Teresa Cristina M. Ferreira

Crônicas:

Visão do esplendor - Impressões leves  (1975)
Para não esquecer (1978) - contos inicialmente publicados em Laços de família.
A descoberta do mundo (1984)


Entrevistas:
De corpo inteiro (1975)

Literatura  infantil:
O mistério do coelho pensante (1967) - Escrito em inglês e traduzido por Clarice
A mulher que matou os peixes (1968)
 A vida íntima de Laura (1974)
 Quase de verdade (1978)
 Como nasceram as estrelas (1987)

Eu e ela


Sua última entrevista: Hermética? Incompreendida? Confusa? Carente? Apenas  Diva...

Escape








"Cada vez que ficamos juntos o sentimento toma novas formas, o espaço aumenta.
Já não sei mais se é dor, ardor ou tristeza disfarçada de quietude, mas sinto que algo muda...
E parece-me, vou precisando de algum tempo para me recompor e não tomar atitudes erradas,
Vou precisando de outros escapes para não ficar bitolada,
de ar para não morrer asfixiada e sufocada do que tenho que sentir e não posso.
Quero dizer e não consigo, insisto em fazer, mas sei que incomodo...
Acho que é isso...
E sendo assim vira um ciclo vicioso ou círculo de fogo,
do jeito que preferir denominar...
Sendo assim vira meu continuado e profundo vício
que pulsa em meu corpo, meu coração, minha boca...
Desatina minha sobriedade, pulsa em mim, tristeza sem fim
Não sei se quero mais isso...
Não me permita mais, então, ser-me meu tudo...”

Entrevista com Alberto de Morais Neto





Por Elayne Aguiar*
“Temos na verdade, como diria Jabor, os poetas que nunca escreveram livros, pois falta união, e hoje temos apenas uma sombra dos poetas de outrora. Poetas que não viam a poesia como meio e só são poetas por serem poetas”. 
Hoje a nossa entrevista é com o Alfredo de Morais, baiano de Feira de Santana, psicólogo, talentosíssimo, sensível escritor e poeta. Uma honra poder entrevistá-lo, salientando que Alfredo é hoje, sem dúvida alguma, uma forte expressão na literatura baiana e brasileira.
Elayne Aguiar – Apesar de sabermos que um militar deve prezar, acima de tudo, pelo bem da nação, nesse caso o senhor procura entender os motivos das greves e de todo o contexto atual da polícia militar brasileira. Acredito que seja justamente por ser militar e conhecer bem o sistema, que por sinal, parece-me falido. Li também que o senhor acredita que a poesia possa sair do caos... Mediante esta afirmação e levando em consideração que o senhor é também um psicólogo, além de militar, podendo analisar a situação por dois prismas diferentes, neste caso o senhor seria capaz de banir esses dois lados, munir-se de inspiração e escrever de forma linda e forte sobre o caos urbano devido à falta de policiais na cidade? Ou acha que neste caso, o militarismo deve falar mais alto que a poesia?
Alfredo de Morais – Olha tenho um posicionamento bem menos ortodoxo do que os pensamentos sobre policiamento e militarismo. Primeiro porque a polícia já deveria estar unificada e desmilitarizada, depois porque não é o número de policiais que vai mudar o estado das coisas, mas sim a educação precária nesse país e principalmente aqui na Bahia. Quando se fala sobre poesia, se fala do todo. Existe poesia no militarismo, como existe na política, na flor, no amor e em todas as preposições e estados de espírito que o poeta esteja, pois esse é uma antena do universo. Nascer em poesia é escadalizar-se todos os dias com o óbvio e se revoltar com o esdrúxulo, é simplesmente estar disposto a escutar a voz das estrelas e com elas vomitar.
Elayne Aguiar – O senhor escolheu essa profissão, mas também é um poeta. Sabemos que muitos poetas exerceram outras funções também e dentro dessas funções existem códigos de ética e conduta. Ser um poeta militar realmente deve ser um tanto quanto “antiético” aos olhos dos “maiorais” ou até mais, coisa de “efeminado”, se escreve sobre amor... Ou revolucionário e anarquista, se for sobre o sistema. Comenta.
Alfredo de Morais
 – Não sei se ser poeta está na profissão... Acho que ser poeta é ter a mente aberta ao mundo. Na PM tem concursos internos sobre poesia e atividades literárias, acho que falta divulgação. Estamos em um estado democrático de direito, e nem o mais alto escalão poderia calar a voz do espírito intrépido de um poeta. Enquanto ao preconceito, esse vai existir em qualquer profissão, se disser no hospital que trabalho que faço poesia, tenha a certeza, que os ditos machistas vão dizer que é coisa de gay, e eu responderei que é coisa de todos, coisa de quem respira a vida.
Elayne Aguiar – “Estive em Cuba em 2007, para defender um artigo no ULAPSI (União Latino Americana de Psicologia), e fiquei estupefato com Havana, local ao mesmo tempo lindo e triste. Vi a cidade com os olhos de um preocupado psicólogo com a população dolorida e com os olhos de quem assistiu o documentário sobre os músicos da Buena Vista Social Club, pelo qual ganhou o Oscar de “Melhor Documentário”. “...Não consegui ver Cuba como Fernando de Morais. Mesmo porque não conversei com Fidel, nem fui aos palácios do governo, nem andei em carros (novos) governamentais, não fui aos banquetes”. Texto interessante... E mais um paradoxo inevitável: “Vi a cidade com os olhos de um psicólogo”. Esta sua “visão de psicólogo” é algo involuntário, parte da sua própria psique, já que foi a trabalho e falando de psicologia ou é intencional mesmo?
Alfredo de Morais – Necessitei estar no papel do psicólogo lá em Cuba, pois fui como psicólogo. Porém, pude, junto com isso, olha-la com poesia, pois Havana é o Pelourinho do outro lado, pois lá se tem a mesma alegria baiana, a mesma sonoridade de cadeiras das mulheres passeando pelas ruas desertas daquele país. Pude ver o sofrimento pelo atraso no progresso, e a sede que o povo daquela terra tem de mudanças.
Elayne Aguiar – O senhor foi a Cuba e não quis vê-la da forma como Fernando de Moraes e Fidel a veem e como muitos a enxergam?
Alfredo de Morais – Não dá para enxergar Cuba com os olhos biológicos, tem que ser com a alma, alma latina e caliente, alma que arde de revolta por ver um contrasenso do que é a liberdade. Cuba é uma grande mentira contada por um homem sem escrúpulos. Claro que as intenções na época pareciam ser boas, porém o povo se tornou refém de um ditador, que jogou seu País na obscuridade. Vi a alegria da noite, da salsa, da marguerita. Mas, também entrei nas casas de cortinas rotas, de senhoras cansadas e jovens sem sonhos. Uma terra com sabor chocolate, mas com a luz de fifós.

Elayne Aguiar – Sobre o 11 de setembro: “Saí louco correndo, chamando os colegas, que nesse momento estavam tomando café. - Meu Deus... Acho que é a terceira guerra mundial!... Choramos juntos, nos desesperamos juntos. Estávamos também ali, pois não conseguíamos compreender o acontecido, e aguardávamos a nossa vez de correr também... Pois talvez fosse o sinal dos tempos”. Achei interessante esse texto porque o senhor em primeiro momento pensa logo numa 3ª Guerra Mundial (o militar pensando) e um pouco depois fala em final dos tempos. Faz uma alusão bíblica: “Era a pedra de Davi em Golias, era a revanche covarde contra uma nação”. O senhor tem uma religião? Concorda que a religião, neste caso em questão, e como disse Karl Marx, é o ópio do povo?
Alfredo de Morais – Tenho uma religião sim, sou espírita, porém qualquer religião pode ser letal se essa for o crivo utilizado para o benefício do seu acreditar. Sempre digo que mudaram o gênesis, onde é dito “façamos o homem a nossa imagem e semelhança”, o homem fez Deus a sua imagem e semelhança, com todos os adjetivos perversos que a natureza humana tem. No caso da religião e de qualquer comportamento, o risco é o excesso, o risco está no entendimento da força universal. Por isso a afirmação de Marx, a religião mal direcionada é como uma droga alucinógena.

Elayne Aguiar – Em sua concepção, de que realmente é movido o povo terrorista?
Alfredo de Morais – Ele é movido por uma convicção erronia de uma dádiva humana. O terrorista acredita que chegará no paraíso se renegar a si mesmo pela causa. Todo extremista é um terror, veja o exemplo da psicóloga que diz curar homossexuais, ou o caso de pastores que prometem prosperidade pela religião, são terroristas, mas terroristas da alma. Não precisam derrubar prédios, eles derrubam sonhos.
Elayne Aguiar – O que alimenta essas mentes doentes ao ponto de não só destruírem impérios e vidas, mas as suas próprias?


Alfredo de Morais – Essa convicção no ganho pós mortem, faz com que eles visualizem o ganho eterno e não efêmero da nossa existência. É um acreditar com tanta convicção que eles não tem medo de nada, nem mesmo da morte.

Elayne Aguiar – O senhor neste mesmo trecho traçou paralelos entre "O que as torres têm nos ensinado" e nosso "egoísmo "solidário". O senhor estava se referindo a nós mesmos, individualmente, ou às organizações que visam proteger e amparar as nações, mas que na verdade isso só funciona por motivos políticos?
Alfredo de Morais – Falo de nós mesmos. Veja só o caso dos professores na Bahia. Clamamos por melhor educação. Falo de um povo que aguenta os desmandos de um governador, sem ao menos, fazer uma paralização geral em prol de uma melhora na sua própria vida. Falo da animosidade, da imbecilidade e falácia de quem apenas vê o mundo passar, mas que não se mobiliza para fazer o mundo girar. Nós somos os motivos políticos, porém esquecemos disto.
Elayne Aguiar – Falta ainda muito senso humanitário no mundo?
Alfredo de Morais – Não falta senso humanitário no mundo, falta ação humanitária, falta sairmos de nossa condição de espectadores e agirmos como humanos. Falta o homem reaprender a humanidade.



Elayne Aguiar – Puxando o gancho e falando agora de amor: "O amor? Enfim... Hoje sou apenas eu, um ser que é feliz porque existe. E grato por ter tantos amigos e inimigos invejosos (risos). Mas os amigos superam tudo". Amizade, amor, felicidade, são temas constantes na poesia que nos alimenta. E a poesia hoje no Brasil, vive de quê? Ou melhor, como vivem os poetas e escritores que “sobrevivem” de letras?


Alfredo de Morais – Esquálidos e desnutridos. Temos na verdade, como diria Jabor, os poetas que nunca escreveram livros, pois falta união, e hoje temos apenas uma sombra dos poetas de outrora. Poetas que não viam a poesia como meio e só são poetas por serem poetas. Não eram os poetas loucos? Eram apenas sonhadores. Acho que os escritores pararam de sonhar, e passaram a viver a triste realidade.

Elayne Aguiar – O senhor parece ser sensível e demonstra habilidade para com os pacientes. E pelo que percebi, o bom humor também é uma marca sua. O que realmente te dá prazer de uma forma extremamente abrangente em todos os sentidos, incluindo o financeiro? A psicologia ou a poesia?
Alfredo de Morais – Incluo a poesia na psicologia, o humor na psicologia, a sensibilidade na psicologia. A psicologia é minha forma de arte. No hospital, por exemplo, eu toco violão para meus pacientes acamados, eu leio para eles, eu pinto para eles. Isso me dá muita alegria. Eles riem comigo, eles choram comigo.

Claro que vivo da psicologia hoje, mas a poesia é minha vida, ela pulsa em mim e me diz em sussurro... Olha, você está vivo.

Elayne Aguiar – O senhor escreveu em seu texto de Portugal um pouquinho sobre o ensino de lá e fez comparações com o nosso: "Com isso não desqualifico o ensino, mas exalto o brasileiro, nós somos bons no que fazemos". Eu até entendi o que quis dizer, mas então gostaria de compreender se o nosso potencial é bom em ensinar, por que é péssimo em instruir em Cultura?
Alfredo de Morais – Nós somos um povo único, tem arte para todo canto e canto para toda arte. O grande problema é o incentivo. Na Europa o artista tem outro respeito, outra vertente. O artista não é o Global, é o que faz acontecer a cultura do país. Acho que faltam nos artistas mais coragem para clamar por essa cultura e seu incentivo. Falta neste país a valorização pelo que é bom, e não pelo instantâneo. Nós somos a cultura que nós almejamos ter. A pergunta é... o que estamos realmente almejando?

Elayne Aguiar – Acha que realmente estamos em um processo de transição, com tantos projetos, ONGs, apoio à leitura e a jovens poetas e escritores e toda essa gama de incentivo, além da internet, que viabiliza também o acesso a novos formatos, como blogs, sites de primeiríssimas qualidades... Ou o senhor acha que tudo não passa de marketing e que a verdadeira diferença se dá se houver um investimento de capital ou leis por parte dos governantes que assegurem este direito a todos, o do acesso à cultura, acesso à informação, ensino de qualidade, etc?
Alfredo de Morais – Volto a dizer que o governo somos nós, os governantes são temporários... nós continuamos. Há que se exigir uma outra postura dos artistas. Lembra da Revolução Cultural de 22? Onde estão as Tarsilas, os Oswaldes? Acho que somos o que pretendemos ser.
Elayne Aguiar – Dentro do nosso contexto social, o livro ainda é caro, assim como o CD, a entrada do cinema e do teatro. Ao mesmo tempo quando isso é acessível, percebemos que não faz parte da "cultura" do povo brasileiro ter acesso à cultura. As pessoas simplesmente "preferem" baixar um filme, comprar um DVD pirata e as crianças não leem mais como antes nas escolas devido o advento da internet e suas facilidades. Por que isso ainda em pleno século XXI? Isso é um problema mundial ou de ordem brasileira?
Alfredo de Morais – Nós ainda estamos pela égide da Lei de Gerson (levar vantagem em tudo). Mas estamos aprendendo, acho que somos adolescentes, ainda rebeldes, ainda sem saber para onde ir. Mas estamos crescendo em atitude, em mudanças. Nós seremos a grande nação, mas o povo tem que ir junto. Acho que nosso problema não é cultural, é de atitude.
Elayne Aguiar – Antigamente nós, brasileiros, jogávamos demasiadamente lixo nas ruas e pelas janelas dos carros, assim como achávamos bonito fumar e talvez não tivéssemos reais dimensões do quão negativos e prejudiciais eram estes hábitos. Houve uma educação em massa, veto às propagandas, divulgação, isso ao longo de vinte anos ou mais. O senhor acredita que governo e educação caminham juntos? Quando eles querem eles fazem?


Alfredo de Morais – O governo somos nós, temos que lembrar disto. Nós colocamos e nós tiramos. Governo não é concurso publico, o governo é o espelho do votante.

Tenho certeza que nosso país será realmente grande, quando a educação for valorizada, da base às universidade. Tivemos uma mudança grande de 20 anos, porém ao pobre é negado o direito a uma educação publica de melhor qualidade, e isso para o progresso de uma nação é horrível. Em países de primeiro mundo, as crianças falam mais de uma língua. Aqui não se fala corretamente nem a língua mater. Esse aspecto é que tem que mudar. A educação arrastará todo o resto junto com ela.
Elayne Aguiar – O tema sustentabilidade está  tomando força, embora ainda não tenhamos estrutura e educação necessárias para expandi-lo, tratá-lo e principalmente, vivê-lo como deve ser feito. As Olimpíadas e a Copa do Mundo são assuntos diários. O senhor acha que esses eventos contribuem de alguma forma para a educação e cultura do nosso país?
Alfredo de Morais – Não ensinam nada, apenas traz a atenção do mundo para o país que vivemos. Não acho que estamos preparados para a Copa ou para as Olimpíadas. Porém a África também não estava, e lá foi feita. Nenhuma mudança radical aconteceu nesse país depois da Copa. Todo o esforço deveria ser para consolidar as bases estruturais de nossa nação: educação, cultura e saúde. Temos um longo caminho pela frente. A Copa ou Olimpíadas é tão somente pão e circo.
Elayne Aguiar – Deixando de lado as verdades que sabemos, acha que acreditar que de certa forma isto pode nos ser útil é ser muito otimista e romântico?


Alfredo de Morais – Acho que é o mesmo que ter uma gravura (cópia) de um artista famoso na parede de sua casa. Tá bonito, mas sem alma.

Elayne Aguiar – E falando em romantismo, o que mais te motiva a escrever, quais as pessoas que te inspiram e desde quando começou a exteriorizar seus pensares? Qual foi o “start” da sua carreira de escritor e poeta?


Alfredo de Morais – Só não escrevi ao nascer por não ter uma caneta à disposição, pois creio que até minhas garatujas teriam uma poesia (risos). Tudo me inspira, tudo é um motivo para escrever. Mas o que me chamou a atenção para a universalidade das letras, foi um professor meu, Valverde. Ele dizia que escrever tem que ter fôlego, ritmo e alma. Essa afirmação para mim fez toda a diferença. Meus ídolos sempre foram Carlos Drummond e meu mentor espiritual Mário Quintana. Porém, o incentivo a tornar tudo público é do meu admirável e inestimável Elenilson Nascimento.

Elayne Aguiar – Como foi participar de um projeto como os “Poemas de Mil Compassos”?
Alfredo de Morais – Um sonho colorido, uma orquestra com um único maestro.

Elayne Aguiar – O senhor tem algum ídolo da literatura brasileira? Quando o senhor escreve, consegue perceber suas influências? Conte-me sobre isso.
Alfredo de Morais – Mário Quintana é meu ideal, leio e releio as obras dele. Acho que seu jeito de escrever é um acerto com a vida. Ele não escreve tão somente, ele faz amor com as letras, ele escreve como fala. Gostaria de um dia poder conversar cara a cara com ele em outro plano espiritual.

Elayne Aguiar – Sabemos que a poesia é universal, mas temos que reconhecer que cada um tem seu estilo e seu público alvo. O senhor escreve para quem e chama atenção de quem? Sente-se realizado como poeta?
Alfredo de Morais – Escrevo para a vida. Carlinhos Brown fez uma música antiga que dizia: “Eu canto pra lua, porque amo a lua...” (lindo isso). Não entendi logo o que ele queria dizer. Hoje eu entendo. Eu escrevo porque é lindo, eu escrevo porque sem isso eu teria dores. Escrevo para sentir meu sangue correndo nas veias do planeta. Se escrevo para a vida, sinto a realização de poder ter o direito de me expressar.

julho 15, 2012

Tópico Frasal




 A partir do momento que você inspira pessoas,que você traz um incentivo ou um alento através do que você escreve, você já é um anjo...Porque a luz de um anjo está em ajudar de alguma forma, seja trazendo felicidade, esperança ou até mesmo um novo brilho, novas cores, um novo prisma, principalmente se você faz isso com amor e dedicação. 

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Não gosto de filosofar sobre amor e homens...Porque desses eu não sei se um dia realmente eu os tive e os conheci de verdade, mas sobre paixão e conquistas, ahhhh!!! Esses são mais fáceis porque são demonstráveis. 

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O prazer da conquista não está em receber o "troféu" e sim na vontade que dá que ele se perpetue. O problema é que depois você quer novas conquistas, aquele troféu vira pouco e você nunca está satisfeito, mesmo que seja um Oscar ou uma Taça do Mundo, passa um certo tempo aquilo se torna estável, pouco atrativo, vc quer mais...! Mas também não estou dizendo que você vá se desfazer dele...Ao contrário, ele vai se perpetuar na sua estante e de vez em quando até  arrisca e dá uma polida, faz uma graça, um carinho e lembra do quanto  lutou para conseguir, mas não adianta...O lugar dele agora é lá, na estante...#SobreRelacionamentosDesgastados

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Sabe quando você está colocando uma pessoa em prazo de experiência e em observação, mas só você sabe?? É estranho, mas necessário...Contagem regressiva, tipos jogos mortais, entendeu?


Meus livros


Uma vez escrevi sobre livros, sobre hábito de ler, sobre ser um escritor  politicamente correto... Sobre palavras, pensamentos, poesias...Todos nós somos capazes disso. Escrever é um dom de todos, basta querer exteriorizar seus sentimentos. A prática da escrita torna o fluir cada vez mais líquido, quase hemorrágico...No início parecia que eu escrevia coisas sólidas, hoje acho que melhorei um pouquinho e confesso que tem dias que é quase psicográfico..Geralmente quando são poesias inspiradas, situações vividas e vívidas. Não gosto de auto ajuda, faço leitura dinâmica sim, na maioria das coisas que pego pra ler. Tenho mania de fichamento na cabeça e os poucos que me inspiram estão aqui, do lado de fora, na vida real, tirando minha musa Clarice, claro...rsrs. Não sei de cor o que escrevo, mas uma frase minha que você leia saberei que saiu de mim, pois posso ser uma mãe não tão dedicada, mas jamais renego meus filhos...Hoje por exemplo, poderia falar de perdão, de fatos inusitados, de paixão, de decisão, muitas coisas latejando aqui na minha mente, mas quero falar de... Dicionários...rsrs Amo dicionários! Quero falar de livros que você pega, assim, meio sem querer, com preguiça e começa a ler...E de repente algo vai te tomando, você vai entrando naquele mundo, se envolvendo, não consegue parar...! Mal come, fica P da vida quando toca o telefone, chega a ficar com dor nas costas...Um verdadeiro tesão! E você seria capaz até de abster-se de desejos viscerais por aquela leitura. É algo que te prende, impulsiona, domina-te. E você para e pensa no final: Que gênio!! Que obra de arte!! Que maravilha!! E entre tantos livros que já li desde pequena, quando meu pai me dava Machado de Assis e minha mãe aquela coleção dela de José de Alencar, pois não havia internet, essas coisas que tiram o foco da leitura e principalmente o hábito.Nossa! Eu passei minha infância lendo isso, lendo Erick Von Duniken, do meu pai, Harper Lee, da minha mãe, todos aqueles clássicos da escola, de Monteiro Lobato...Depois veio a adolescência e uma boa fase totalmente "out", digamos assim, de leituras..E muita música, muito som, porque na minha casa não se ouvia muita música, a não ser meu pai tocando no violão aquelas músicas de Nelson Gonçalves... Paralelo a isso eu sempre escrevendo minhas loucuras em meus diários com chavinha, até que entrei no mundo da leitura teológica. Queria conhecer Deus. Resolvi estudar Teologia, li a Bíblia de Gênesis a Apocalipse umas cinco vezes, todos os livros de Caio Fábio, T.L Osborn, Dan Blazer, Benny Hinn, Lee Strobel, Philip Yancey, Kennety Hagin...Dan Brown (...) Entre parênteses... E concluí: Quanto mais você lê sobre Teologia, pior...Acho que é por isso que Cristo gostava tanto do anonimato, pois Ele conhece bem nossas fraquezas...Fiquei mais cética, mais crítica e perdi a ingenuidade do evangelho genuíno. E enfim, de uns quatro ou cinco anos pra cá resolvi ler tudo que tinha vontade, os clássicos que não conhecia, os autores que sempre admirei e dentre eles destaco alguns: Pablo Neruda, Rubem Alves, Augusto Cury, Clarice Lispector (diva), Fernando Pessoa, Mário Quintana. 
 E hoje, enfim, vejo-me em meio a livros de Química...Não sei o que será de mim, sinceramnete..Tenho lido pouco, escrito cada vez menos, uma opção, uma fase, não sei..Mas o que tem me inspirado são frases, pessoas conhecidas, colegas que são irreverentes, escrevem bem, anônimos pra muitos, porém expressivos para quem entende e importantíssimos para mim..Ricardo Wichinsky, Fábio Aiolfi, Felipe Millianos...Cada um com sua marca, seu gênero, tom, vida, luz, fogo nas palavras...É disso que preciso hoje, julho de 2012.

Elayne Aguiar

julho 12, 2012

Minha laranja



Aos poucos vamos nos encontrando, delimitando nosso espaço, nossos gostos, nossas vontades..Daí começamos a observar o que nos aflige, o que nos deixa angustiados, a sensação de abandono chega, desamparo...Como diz meu colega Felipe Milianos, é o "alarde da nossa carência querendo chamar a atenção"...De algo, de alguém, de nós mesmos... Então você vai vivendo, percebendo, não mais se iludindo, vai aprendendo a ser menos carente , menos dependente, irritar-se menos e sensibilizar-se menos também. Rir menos ou mais, dependendo da graça em questão, mas também não acha graça mais de muitas coisas e ao mesmo tempo acha o máximo você sozinha tomando um porre ou não, apenas refrigerantes,  assistindo filmes trash, e andando de calcinha e sutiã (ou só calcinha...ou pelada..ou camisola...tanto faz!) dentro de casa,comendo doritos queijo nacho ou se empanturrando de alface, sem ninguém para perturbar, mas também com uma louca vontade esporádica de ter alguém na sua cama com você. Aí  passa daqui, passa de lá, você vê no facebook tanta besteira, assiste pela TV cada barbaridade, testemunha tantas situações, vive tantas coisas e faz também tanta bobagem, adapta-se à cada modismo ou quem sabe esvazia-se dos mesmos...Enfim, vai vivendo tanto que então você para e pensa: Eu posso não saber ainda o que realmente eu quero, mas o que eu não quero, ah! Isso eu já sei de cor! E deixa a vida te levar...E então surge o momento mor, quando você passa por todas estas fases e vem aquela sensação de que o mundo pode cair em barrancos que por você  morre ali mesmo, encostada nele... O supra sumo do foda-se que "eu não tô nem aí..."A mais pura essência do" Eu quero é viver,ser feliz e mais nada!" E olha que isso isso não quer dizer que não tenhamos responsabilidades, ao contrário, pois são elas que nos ajudam a vencer e a conquistarmos esse pensar! É, eu tenho orgulho de mim, para mim é uma conquista saber ser eu mesma, ser minha própria metade da laranja... 
Acho que cheguei aqui, neste momento, aos meus 37 anos de existência... 


julho 05, 2012

Escrito na estrelas, escrito para mim...

*Textos de War http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=78544









Tenho muitos caminhos a seguir e todos me levam a você
Tenho muitos planos a traçar e todos incluem você
Tenho muitos sonhos e todos são ensaios de você
Tenho muita fome e toda sede me faz viver, 
E em você estão meus simples gestos:
Um sorriso, um olhar, um desejo
Que vai ao céu e ao mar e como alpinistas atingem ao cume
dos sonhos soltos na cabeça,sou muitos caminhos e planos a seguir, 
Toda fome e sede a matar, em canções e ritmos 
tão diferentes quanto o que sinto agora...

Meu coração surtou em uma 
epifania de sentidos...








De repente fui atingido, já não sinto mais meus dedos tocarem seus lábios, são tantas idas e poucas vindas,  
Percebo a hemorragia de palavras soltas que coagulam no céu em minha boca, sempre tento mas...
Preciso mesmo é ver o mar, pois é quando  meus olhos se enchem de ti...
te quero por perto...








Sou todo ouvido nessa hora que te percebo com olhos, que te devoro

E com as cores eu brinco no arco íris...

Todo som, todo acorde faz lembrar todo o paladar, que está na sua boca

E que faz vibrar 

forte o coração...

E devotado ao abster-me

de emoções,

vou buscar a razão,

tentar a solução dos meus ecos nos erros

praticar o prático

em só carne, sem sono ou calor

E com todas essas cores

que faz sentir frio ou calor

fome ou felicidade nessa

cromoterapia de desejos...

Eu sou! Brinco com as cores

do meu

e suas cores ...

Eu!

...Quero!








E sendo pra mim farol, bússola ou porto seguro onde eu quero chegar, quero teu amor, teu  sexo,quero beijo,quero teu perdão antes mesmo de te magoar ,pra fazer as pazes antes mesmo de brigar, seja vento forte ou brisa leve que toque nosso sagrado amor.







Talvez  e só talvez devêssemos, começar pelo mistério...Para que tudo fosse revelado em seu tempo exato... Buscar seus traços em papel e tintas...Rabiscar e alinhar os olhos dessa moça... Por serem  as janelas de uma alma,linda em conto de ventos e flores...







Em suas linhas eu estou a me equilibrar, sem que ventos me derrubem ou as águas me engulam...Em seu espelho tudo se volta em astros maiores e como antes dito, sou brisa leve que te afaga forte... Sou o farol que comtempla a eterna luta entre o mar e o rochedo... E nas noites que a luz se esconde, sou fiel ao seu chamado... Em esperas, as amarras são firmes para que tudo passe e então eu chegue...

Pois sou a distância percorrida em um breve pensar e próximo a um leve toque... E ao começo, já que 





Parti do fim, ao início...




AUTORIA: WAR